Escrever é um excelente remédio... Mas pode ser extremamente ácido pra quem lê.
quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
A casa do Saci ou Uma Crônica de Fim de Ano
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
CRISTÃO HEDONISTA
As pessoas que me conheceram a alguns anos atrás se lembram de mim como um cara apegado às virtudes espirituais. Vindo de uma família tradicionalmente católica, abracei a religião dos meus pais com fervor. Tudo no universo pra mim era dividido em duas realidades distintas: as coisas do mundo e as coisas de Deus, e eu, é claro, aspirava as coisas do alto. Queria ser santo. Ou padre. Ou pelo menos uma referência para a juventude perdida da minha cidade natal, Pedro Leopoldo.
Algumas das pessoas que me conhecem hoje acham que sou arrogante, orgulhoso, porque não sou de conversas alegres o tempo todo. Mas não é bem isso. É que, pelo menos durante meu horário de trabalho, vivo estressado e ocupado demais para animosidades. Não sou arrogante, tampouco orgulhoso, mas dou valor ao que faço e me ressinto com as pessoas que não dão. Não dão VALOR... (é melhor esclarecer, porque o verbo DAR usado intransitivamente evoca sempre conotações pejorativas).
Já as pessoas que são mais próximas sabem que sou muito diferente do que já fui na juventude. Que tenho enorme controle emocional e estou sempre disponível para trabalhos árduos, exercícios físicos, estudos na madrugada, happy hours e sexo (não necessariamente nessa ordem!) Sabem que sou desbocado, e tenho um senso de humor de uma ironia ácida. Poucas coisas me abalam profundamente.
Às vezes acho que minha alma ficou perdida em algum ponto do passado... ou que foi vendida em algum acordo no qual não li as letras miúdas. Não que eu tenha me desvirtuado completamente do caminho dos meus pais. É claro que o fato de ter terminado um casamento de sete anos e não ter o menor saco pra assistir ás cerimônias religiosas de antes fazem meus progenitores perderem noites de sono, principalmente depois das cachaçadas que andei tomando no início do ano, mas não deixei pra trás tudo o que aprendi nos meus 21 anos em que convivi sob o mesmo teto que eles. Tudo bem que hoje acho que o que me fazia buscar a santidade antigamente era tão somente a falta de mulher, já que nesse quesito eu era um babaca de alta patente que não tinha coragem nem de falar uma merda de um palavrão. Tudo bem também que cinco anos estudando Letras na UFMG mudam nossos conceitos a respeito de fé, religião, aceitação e mais uma série de outros tabus, mas cara, não me tornei um poço de amoralidade, apenas mudei a minha forma de ver as coisas...
Hoje não me considero católico, porque se disser que sou católico vou ofender muitas pessoas boas que seguem rigorosamente essa fé. E pra mim, católico é aquele que segue a Igreja mesmo, de Roma, não é só aqueles mequetrefes que foram batizados, vão a casamentos e assistem às missas de vez em quando... mas não deixam de ir à mesas redondas ou enviar oferendas a Iemanjá... Não, não. Católico pra mim é o beato, papa hóstia, como são pejorativamente tratados, infelizmente, mas estes seguem fielmente a fé que lhes foi confiada. Nesse sentido, eu não sou católico porra nenhuma! Se me perguntassem hoje qual é minha religião, e eu tivesse saco pra inventar uma e administrar uma igrejinha qualquer (e de repente ganhar uma pancada de dinheiro) iria dizer que sou um Cristão Hedonista!!
“Mas que merda é essa?” Quase escuto o leitor dizer. É simples. O hedonista é aquele que vive em função do prazer, mas não necessariamente o prazer carnal. É claro que sem falsos moralismos. Já faz algum tempo que abracei o hedonismo como filosofia de vida. Mas não acho que por causa disso tenho deixado de ser cristão.
Mas não seria uma contradição? É claro que não. Pensa um pouquinho, Zé! Tudo o que a gente busca nesse mundo é uma inesgotável fonte de prazer. As pessoas abrem mão de riquezas, de tempo, de prazeres, até de SEXO, porque acham que vão herdar um paraíso depois que morrerem. Prazer eterno, é isso que todo mundo quer. Minha diferença é que quero prazer NESTA vida. Abrir mão do que o mundo tem pra oferecer em troca de um prazer que não conheço e nem sei se existe parece demais pra mim. Não rola. E antes que os críticos comecem a me acusar de superficialidade, vou logo sugerindo que revejam seus conceitos,
A equação é muito simples. O prazer que almejo não precisa ser imediato, pois a busca pelo prazer em 100% do tempo é claro que vai ao encontro de uma corrida desenfreada carregada de álcool, drogas, sexo irresponsável e no final disso tudo, morte. E das bravas. Com sorte... Não é assim que levo a minha vida. Quando tenho uma prova pra fazer, penso no prazer do aprendizado, no prazer de tirar uma nota alta, e isso me faz vencer meus limites para estudar por horas e horas a fio. Quando estabeleço metas reais em meu trabalho, não me importo de trabalhar dez, doze e até quatorze horas por dia, para conquistar o que eu quero. Ver um amigo realizar seus objetivos é motivo suficiente para que eu abra mão de meu tempo, da minha grana, até da minha saúde para colocá-lo no caminho que ele precisa.
Também quando minha saúde é abalada, minha sensação de prazer cai drasticamente. É claro, afinal de contas vou sentir dores, incômodos, meu ritmo de vida fica todo atrapalhado. Por isso vou me submeter a qualquer tratamento que me for profissionalmente orientado, tomarei o pior dos remédios, tomarei todas as injeções, irei no hospital mais inacessível, tudo para recuperar meu vigor, minha saúde.
Se me interessar por alguma gostosa, vou me aproximar dela, se a vadia não der a mínima, não vou me humilhar por causa dela, porque sei que de gostosas o mundo tá cheio. E a humilhação não vale a pena. No fundo, tudo funciona de maneira muito simples: se a recompensa vale a pena o sacrifício, eu encaro, se não, chuto o balde. Foi isso que me fez abrir mão de um casamento de 7 anos, puxa vida, porque já achava que nenhum sacrifício a mais traria as merecedoras recompensas. No fundo somos todos hedonistas, ainda que não sejamos todos cristãos. É natural, humano, instintivo. Mesmo praqueles que aspiram as coisas do alto, aqueles que acreditam fielmente que existe um paraíso esperando aqueles que suportam fielmente na carne as injustiças criadas por nós mesmos nesse mundo, o que pra mim é só uma forma que alguns encontraram para manter a ordem das coisas de forma que somente certas castas sejam privilegiadas... Claro que não vou me aprofundar nesse pormenor, pois aí já seria levantar outra polêmica, e correr o risco de me causar uma tremenda dor de cabeça... E esse sofrimento agora não valeria a pena.
Até meu próximo post.
Gustavo Jonathan Costa
“Porque a vida vale a pena hoje”.
domingo, 12 de dezembro de 2010
Papillonfagia
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
Síndrome de Pavo
Inteligência...
É dela que vou falar em breve, mas só gostaria de esclarecer um ponto: minha ausência de forma alguma se deu por motivo de falta de tempo ou inspiração, ou ainda por desacreditar da carreira artística... é claro que, como um modo de vida, seria insano insistir dessa forma, mas o fato é que com a limitação do meu uso da internet em casa, que é quando tenho meus picos de inspiração, minha capacidade de tempo e dedicação a este blog caiu muito. Mil desculpas a meus fiéis leitores.
Bom... nesses últimos dias venho me recuperando de uma fortíssima inflamação na garganta (cujas placas fiz questão de fotografar - interessados em vê-las, entrem em contato comigo), que me derrubou (quase literalmente). Febre, tontura, dores de cabeça, dores no corpo, calafrios, fora a dor de garganta... tudo de ruim eu tive durante esses dias. E, morando sozinho, acabei me descuidando de mim mesmo, é claro que fui ao médico, tomei remédios, mas cuidar da aparência e higiene pessoal tava longe de ser uma de minhas prioridades. Não conseguia nem pensar em mulher.
Então num daqueles singulares momentos entre a loucura e a razão, entre a psicopatia e a morte, eu tive uma revelação epifânica!!!! (tem horas que algumas expressões soam forçadas mesmo... ainda estou me recompondo)
O mundo... o universo... tudo o que somos, o que comemos... O cosmos... o plano astral... nosso conhecimento sobre céu e inferno, nosso conhecimento da história... o motivo pelo qual aquele bendito macaco quadrúpede resolveu andar de pé...
As escalas celestiais e as subatômicas, a ciência, a tecnologia, a história, a filosofia, a arte e a música...
As guerras, as revoluções, as inssurreições, as redenções...
O alfa e o ômega...
tudo isso só tem um motivo... uma única razão de ser...
E a resposta é: A MULHER GOSTOSA.
Tão simples como achar o delta em uma equação de segundo grau, a resposta para tudo o que gira no universo estava na mulher gostosa, não em uma mulher específica, mas numa personificação, um mito, uma idéia, uma alegoria profana do que representa a mulher em todas as sociedades existentes, existintes e existirentes (acabei de inventar esses últimos)
Como não poderia deixar de ser? O resumo de todas as paixões humanas, tudo o que queremos ser e fazer, resume-se no sentimento da vaidade, aquela paixão indomável que sentimos por nós mesmos... querer ser destaque na sociedade? PRA QUÊ?? Pra ganhar o quê?? Pra aparecer pra quem??? Pra ter poder sobre quem???
Desde o princípio dos tempos, tem mais MULHERES aquele que mais consegue ajuntar comida... E pra quê ajuntar mais comida?? ORA... pra ter MAIS MULHERES!!!! È claro!!!!
Acredito que na época dos nossos ancestrais das cavernas, a comida se estragava com muita facilidade, então era sempre preciso mudar de uma região para outra e estar sempre caçando e colhendo... Ora, só homens fortes, braçudos, que só sabiam grunhir, não tinham a menor paciência pra baixar a tampa do vaso depois de usar é que tinham capacidade pra isso... e pra levar aquele tanto de mulher junto. E não tenha dúvidas, neguinho tá catando a mulherada de todo mundo, pau nele, é morte na certa se o cara não ficar esperto... daí começam as guerras...
Aqueles mísseis sobrevoando o Afeganistão depois dos ataques de 11 de setembro são a representação fidedigna da sociedade humana de 300.000 anos atrás. Eu citarei alguns depoimentos de alguns soldados americanos que lutaram naquela guerra, alguns são reais, e apenas um é fictício. Exercite o leitor a sua criatividade ao imaginar o que se passava na cabeça de soldados e aeronautas americanos enquanto bombardeavam Cabul:
1) Esse Bush é mesmo um filho da PUTA!!!
2) Não devia ter saído sem ter dado aquela trepada com a vizinha... tsc..
3) Tomara que aquela vadia esteja ali no meio da cidade... Me trair com o General?
4) Quando a gente voltar vai comer mulher demais!!!
5) Abre as pernas pra mim, Cabul!!!
6) Faço isso em honra do meu país, pela justiça, e pela democracia!!! (kkkkkkkkkkkkkkkk)
Exagero?? Machismo? Feminismo?? De jeito nenhum senhores! Pura constatação científica. Respondam com a cabeça senhores, afinal de contas, o que é que na verdade nos faz querer o tempo todo fuder esse mundo com força? É a impossibilidade de não podermos fuder o tempo todo com as mulheres gostosas. Aí nossa energia tem que ser redirecionada, senão a gente enlouquece e vai querer ser químico. É a vida. Vamos sair por aí inventando aviões, carros, motos, prédios, elevadores, nanotubos, acelerador de partículas, remédios, livros e o que mais a capacidade hominiana for capaz de inventar. Tudo pelas mulheres gostosas. Aquela sonda que chegará em Plutão em 2015, está indo pra lá porque algum infeliz na adolescência pensou: se eu me tornar conhecido na comunidade científica, poderei comer quantas estagiárias eu quiser. É claro que, depois que ele entrou pro time, teve que se dedicar tanto pra fazer o negócio subir, que acabou se esquecendo que o que tinha que subir era o outro negócio. Pode até ser que ele tenha se recusado a sair com as estagiárias que ele aspirava porque se esqueceu dos seus fins, e acabou tomando seus métodos como um fim em si. Pobre rapaz!
Essa discussão é longa, merecia um livro, e (in)felizmente esse é um blog de crônicas. Sei que a tese levantada aqui, batizada por mim como a tese da Síndrome de Pavo (de pavão) poderá suscitar muitas discussões futuras, às quais me entregarei apaixonadamente, enquanto correr em minhas veias essa vontade louca de fuder com tudo!!!
Vale a pena escrever a Parte 2? Aguardo comentários...
domingo, 17 de outubro de 2010
Domingo Insípido
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
AINDA PASSO NO BURACO DESSA AGULHA...
domingo, 3 de outubro de 2010
Sacanagem
A primeira - literalmente
Alívio total... um misto de alegria, euforia, festa e uma enorme paz interior...
É assim a vida de um recém aprovado em qualquer vestibular federal. Um sentimento de missão cumprida, elevada auto-estima, tudo de bom. Foi assim aquele 22 de janeiro de 2010, quando vi meu nome surgir entre os 40 aprovados no vestibular da UFMG...
Pela segunda vez...
Depois de sofrer por cinco anos na Faculdade de Letras da UFMG e me graduar heroicamente em 2007, eis que esse insano escriba que vos fala, cujo juízo lhe falta completamente, se aventura a cursar nada mais nada menos que... QUÍMICA!!!
Tudo a ver. A típica declaração de que “seu primeiro curso foi uma bosta!!!” como diria um filósofo amigo meu...
Foi mesmo. Não no sentido literal do termo. Aliás, me assusta como muitos por aí usam indiscriminadamente o adjetivo “literal” e seu primo, o advérbio “literalmente”... Será que ninguém sabe que o significado de literal é justamente que o que se está dizendo é ao pé da letra do que se está dizendo?? Pois é constante eu ver em jornais e revistas declarações do tipo: “Ela literalmente cuspiu no prato que comeu”. Ou “Depois que se proibiu a venda desses artigos os comerciantes ficaram literalmente quebrados”. Puta merda, vai falar besteira assim lá na puta que o pariu!!! Cadê o prato cuspido??? Cadê os comerciantes partidos no meio??? Tudo bem, a cena é meio bizarra, não quero ver sangue e ossos expostos na televisão... mas seu idiota, TUDO o que os comerciantes NÃO ficaram foi LITERALMENTE quebrados...
Bom... passada minha sessão (não seria seção??) nostalgia, volto ao tema em questão... Ao invés de tentar salvar os mineiros do Chile, ou a campanha de Marina Silva (não sei qual o mais difícil...), ou impedir o vazamento de petróleo nos EUA, o que daria muito orgulho para minha querida mãezinha, eis que respiro aliviado quando vejo meu nome entre outros 39 insensatos que se aventuraram a (im)prestar vestibular para QUÍMICA na UFMG, e o que é pior, PASSARAM!!!
Foi uma gostosa lua-de-mel esperar por tudo o que nos aguardava, amigos novos, calouras suspirantes com camisas molhadas (literalmente...) nas calouradas de toda semana e, quem sabe, até estudar um pouco para não perder o costume... já tinha estudado tanto para essa prova DIFICÍLIMA que já estávamos (literalmente...) preparados para qualquer coisa...
Bom... Lua –de-mel acaba né? Digo com a experiência de quem ficou sete anos casado (ficou... no passado!) O curso começou, cheio de oba-oba, que-bom-te-conhecer-pessoalmente, até-que-enfim-descobri-que-você-tem-rosto, seremos-eternos-amigos, e mais um monte de bobagens que se diz em início de curso, como aquelas promessas de casamento vazias... Então, quando a realidade caiu em nós (literalmente...) ainda não tinha se passado um mês de aula e contávamos os dias para que viesse logo essa maldita formatura (algo perto de 1642, mas parecem 109838776619876109981... elevado a ∞)
Cacete!!! De repente você – aliás, eu – to assistindo a uma aula de Cálculo 1. TÁ CARA, SEI QUE O CURSO É DE QUÍMICA, MAS TEM QUE ESTUDAR CÁLCULO 1, E DAÍ??? Posso continuar??? Bom... de repente você está lá assistindo a uma aula de Cálculo 1, aliás EU to lá assistindo uma aula de Cálculo 1... é claro que pra TODO MUNDO que te... que ME conhece fora da Universidade eu sou O CARA, afinal de contas, to na UFMG... mas quando eu to assistindo a aula de Cálculo 1 é FODA... minha auto-estima despenca lá da estratosfera... literalmente. A barriga cresce, o cabelo cai, meu pau fica pequeno... fico uns vinte anos mais velho. Já comprei até Viagra. Claro... não literalmente... Mas não vou mentir... criar essa coluna semanal é a melhor forma de não me sentir tão destroçado assim fazendo esse curso... pelo menos eu exercito um pouco do que aprendi entre 2002 e 2007 e ainda sei fazer direito... escrever algumas baboseiras. E dependendo do resultado das próximas provas de semana que vem, vou sinceramente considerar a situação daqueles mineiros do Chile...
... literalmente...