Em meio às chuvas torrenciais que
castigam Belo Horizonte durante todo este mês de dezembro de 2013, julgo ser
uma boa hora me debruçar mais uma vez sobre um arquivo branco de Word e deixar
nesse final de ano mais uma postagem neste blog – ainda que seja a última.
Cada vez que abro essa silenciosa
página, me recordo sempre dos motivos que me levaram a criá-la e a postar em
intervalos irregulares, aqueles textos fragmentados da minha alma que aqui
estão, e que ao longo dos anos foram capazes de atingir outras almas – não muitas,
mas muito caras e especiais para mim, e a elas sou e serei eternamente grato
pelo carinho e admiração.
Já faz tanto tempo e ainda me
lembro e sinto como se fosse ontem, todo o sentimento de angústia que me abatia
ao ingressar novamente na UFMG e perceber quantas dificuldades eu encontraria
pelo caminho – aquilo foi realmente uma afronta à minha já comprometida
auto-estima, e a criação de um blog no qual eu pudesse fazer algo que de fato
gosto e de certa maneira sei - escrever
- talvez pudesse amenizar a frustração que
sentia ao perceber que não era capaz de corresponder às minhas próprias
expectativas acadêmicas.
Surgiram daí as Crônicas de Um Escritor Maldito, alcunha
infeliz que criei no início do processo, mas que ia ao encontro do que esperava
de mim mesmo. Minha auto-imagem ainda era sabotada por pensamentos depressivos
e autodestrutivos, mas que logo ganharam a admiração de pessoas como o Augustto
Paes, o primeiro amigo a visitar e se inscrever no meu blog, uma pessoa que
acompanhou cada palavra que foi escrita nesse meu pequeno espaço, e é claro que
a ele sou muito grato por esse carinho especial.
Outras pessoas logo se juntaram a
ele, meus irmãos Leonardo e Ramon, sempre fãs, divulgaram meus textos e
debatiam críticas de forma apaixonada. A
admiração de outra amiga, Sâmara Miranda, também trouxe várias outras pessoas a
conhecerem este blog, principalmente com suas divulgações via Facebook. Ser
escritor acabou se tornando minha segunda identidade.
Da fase da depressão vieram meus
trinta anos, e uma serenidade que me ensinou a esperar as coisas no seu devido
tempo, e a criar os pensamentos certos que produzem os resultados esperados. A mudança de estilo de vida, proporcionado
também pelo maior convívio com meu irmão Ramon, transformaram um Escritor
Maldito em Escritor Nostálgico, agora com uma visão muito mais responsável
sobre seus próprios atos e reflexões.
Passado o tempo, conheci a pessoa
que tem sido a peça fundamental na minha vida: Branca Barcelos, minha companheira
desde o dia 06 de abril de 2012 foi uma resposta a todas as minhas questões
escatológicas. Com ela, descobri sim, que o Paraíso existe, mas que é preciso
fazer por merecê-lo todos os dias. Graças a ela descobri que quando se
conquista o mais difícil, todos os outros objetivos se tornam possíveis e
prováveis.
Podemos fazer qualquer coisa
quando não estamos sozinhos.
Passei a acreditar nisso com uma força
e uma fé inquebrantáveis, mesmo quando todas as circunstâncias ainda mostravam
que tudo não passava de um castelo de cartas pronto para desmoronar com a
primeira tempestade. Mas quis o Senhor
Javé e todos os deuses do Olimpo que minha fé fosse recompensada, e eis que me
vejo às portas de 2014 muito mais agradecido e realizado do que estive durante
todos estes anos.
Às vezes sei que é mais fácil se
solidarizar com o fracasso do próximo do que se alegrar com seu sucesso. Mas ao
compartilhar neste blog a alegria de ter alcançado os degraus que há um ano eu
imaginava tão distantes, sei que o faço para as pessoas que realmente se
alegram ao saberem disso, àqueles citados acima e aos demais que me
acompanharam em uma crônica aqui ou acolá.
E é que com muita nostalgia que
me despeço de todos vocês, pois não mais postarei crônicas neste blog a partir
de 2014. Estarei, contudo, sempre presente nas redes sociais ou na minha página
no Facebook:
Espero encontrá-los nesse novo ano,
e espero de coração que vocês possam acreditar, de verdade, que TODOS os sonhos
se tornam realidade quando se investe VONTADE nesse objetivo. É uma Lei Elementar
da Física. Se todos os povos, de todas as culturas, em todas as gerações, em
algum momento, tiveram fé em algo que elas não podiam explicar, é porque existe
algo – ou alguém - que sempre confirmou e recompensou essa fé.
Acredite em si mesmo. Acredite em
sua força interior. Acredite na felicidade e no amor. Acredite nas pessoas.
Acredite em um poder superior, seja ele qual for. Qualquer que for o desfecho
de sua história, a sua crença terá feito a sua caminhada valer a pena.
FELIZ NATAL A TODOS AQUELES QUE
AMO. FELIZ ANO NOVO!!! A gente se
encontra na Casa do Saci...